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sexta-feira, abril 24, 2015

Ontem foi o Dia do Livro

Não me lembro qual foi o primeiro livro que li, nem que idade tinha. Não sei se foi a Enid Blyton, ou a Alice Vieira, mas sei que li tudo, ou quase tudo, o que havia para ler das duas. Que me comovi com "Rosa, minha irmã Rosa", ou "Chocolate à Chuva", que fiquei  fã da "Ursula, a Maior", e que me ri, talvez o primeiro livro que me fez soltar gargalhadas, com as "Graças e Desgraças na corte de El-Rei Tadinho". Sonhei com a vida no "Colégio das Quatro Torres", ou em Santa Clara, e fico quase emocionada quando trinta anos depois Migalha Crescida lê e sonha o mesmo. Li toda a coleccção da Carlota, passado algures entre a Dinamarca e a Noruega, e ainda consigo sentir o frio das brincadeiras da neve, ou o conforto das papas de aveia quentinhas. Quando me vi em casa por quase dois meses, um Verão inteirinho, li "As aventuras de Mac Gurk", um pequeno detective ruivo de nariz apurado para a resolução de pequenos crimes, e passei um bom par de meses a transformar tudo o que via em pistas de qualquer coisa. Tinha 10 anos.
Adolescencia dentro, comecei a apaixonar-me por livros que me puxavam à lágrima. "O meu pé de Laranja Lima" e o "O Diário de Anne Frank", que me apresentou os horrores do holocausto e me levou directa a "Mila 18", o primeiro livro com muitas muitas páginas, que li num piscar de olhos.
Odiei  "Os Bichos" de Miguel Torga, e só obrigada li "Os Novos Contos da Montanha". Não voltei a pegar em Miguel Torga.
Obriguei-me a ler Richard Bach, agora que me lembro aquilo era uma tremenda seca, mas de alguma forma fazia parte, cheguei a ver o "Fernão Capelo Gaivota" na escola, uma sessão de cinema organizada, nem sei se pelo Português se pela Filosofia, um longo e moroso bocejo para quem tinha uns catorze ou quinze anos. Mas vibrei com todas as mulheres das  "Brumas de Avalon"
Em casa dos meus avós havia centenas de livros à distância de uma mão. Foi lá que visitei o século dezanove, primeiro com Julio Dinis, depois com Eça, que conheci a "Clarissa", Jorge Amado, que espreitava às escondidas um qualquer Dicionário Erótico.
Lembro-me de muitos, tantos livros que li, mas já me esqueci de outros tantos.
Não tenho o livro da minha vida, são demasiados os que chegando ao fim me levaram a abrir aleatoriamente as páginas lá para o meio, para ler mais um bocadinho, para matar saudades das personagens que ali se encerravam. Foram tantos os que me deixando sem ar, me levaram a espreitar o fim, só para ter a certeza que tudo acabaria bem, podendo respirar de alívio e ganhando tranquilidade para retomar a história, certa que nos estaria a levar a bom porto.




3 comentários:

  1. Vejo que temos muitos livros em comum. :)

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  2. Que bonito o seu "relato" sobre os livros!!Também fui ver muitas vezes o fim!! E nem por isso perdia o interesse!!

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  3. Tb me revi neste post, o que vibrei com as gémeas, os cinco e os sete. O meu filho com 8 anos não demonstra qualquer interesse pela leitura e não é por fala de livros à disposição. Tb me tento lembrar com que idade me comecei a interessar pela leitura e não me consigo lembrar por isso ainda tenho esperança que dê o click ao meu filho, só que antigamente nós não tínhamos as distrações que ele têm agora, consolas, computadores etc.

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