O maravilhoso header é cortesia da Palmier Encoberto. Quem mais?

segunda-feira, novembro 30, 2015

Tomem lá burpees

Matem-se para aí suas magras.

Depois dos imensos abusos do fim de semana

Aparece no FB um vídeo com exercícios supéééé fáceis para emagrecer e recuperar dos excessos.
Descobri o que é um "burpee".
Fiquei cansada a ver um. Mandava repetir 20 vezes. Acho que preciso de férias.

(Só vi o vídeo...preciso bomba da asma)


segunda-feira, novembro 16, 2015

Sou a favor do acolhimento de refugiados, pronto, já disse

A primeira vez que percebi o que era realmente xenofobia, vestíamos de branco por Timor.
No meio de uma conversa com alguém que por força das circunstâncias se tinha tornado próximo, lembro-me de à minha indignação ter respondido com um "sabes que eles não são como nós, não sabes?"
Devo ter arregalado os olhos para lá do razoável, porque ela insistiu. Que a vida para "eles" não tinha o mesmo valor, que estávamos muito ralados como se eles sentissem como nós, mas não, não sentiam.
"Eles", os timorenses, claro.
Aquele discurso, estava muito para lá de tudo o que eu tinha ouvido até esse dia. Aos olhos daquela jovem mulher de 26 anos cheia de sacramentos e pergaminhos, não eram menos cultos, menos inteligentes, menos preparados ou menos capazes, expoente máximo das conversas sobre racismo que eu já tinha vivido até então. Não. Eram mesmo menos pessoas. Não davam o mesmo valor à vida, logo a vida deles valia menos. Estavam ali entre pessoas de segunda, ou animais de primeira, não sei  bem, não percebi, não quis perceber mais nada.
Passemos aos refugiados.
Tenho pensado muito no assunto. Mesmo muito. E tenho-me perguntado qual a minha posição.
Em primeiro lugar, deixem-me que diga em minha defesa: aventem-me com uma criança em sofrimento pelos olhos dentro e eu cego. Cego completamente. Multipliquem por centenas de crianças com fome, frio, a morrer nos braços dos pais, ou no fundo do mar. Agora calcem os sapatos daquelas mães e pais, desesperados, também com fome, com frio, que carregam meia dúzia de tarecos debaixo dos braços, mais os filhos, e o medo.
Eu sou a favor do acolhimento aos refugiados. Mesmo hoje, dois dias depois de mais de cem pessoas que podíamos ser nós terem perdido a vida daquela forma bárbara, continuo a ser a favor do acolhimento de refugiados. Mesmo depois de saber que um daqueles psicopatas entrou num desses grupos que foi acolhido, continuo a ser a favor do acolhimento dos refugiados.
Corremos riscos no futuro? Não duvido. Virão mais destes terroristas quase a cheirar ao leite da mãe prontos a rebentar com tudo e todos? Não duvido.
O que duvido, é que seja aceitável não salvar a vida de quem nos pede socorro e nos está a morrer às portas de casa, como se falassemos quase de um homicídio em legítima defesa.
Se tivessemos que fazer um balanço, tão cruel quanto pode ser pensar nas pessoas como números, entre o número de vidas que se perdem a tentar  fugir da guerra, a tentar entrar na Europa, e o número de vítimas que serão alvo de atentados levados a cabo por quem entra infiltrado, parece-me óbvio para onde penderia o prato da balança.
Porque as vidas valem todas o mesmo. A menos que a vida de ocidentais cristãos tenha um qualquer coeficiente multiplicativo de valorização que desconheço, as vidas valem todas o mesmo.
Que haja regras. Claro. Que haja controlo, que em caso de suspeita não se hesite, como é óbvio. Que não atiremos para debaixo do tapete os nossos valores, sem dúvida. Mas não tenhamos ilusões. As famílias sírias não vão passar a ir à missa ao domingo como forma de agradecimento pela nossa imeeeeensa generosidade, nem vão comer entrecosto com ameijoas, nem vão banhar-se de biquini em Carcavelos. Vão continuar a manter a sua cultura e a sua identidade, talvez até com mais fervor, já que é tudo o que lhes resta do que foi a sua vida e o seu passado.
Se não tenho medo?
Tenho medo. Muito medo.
Mas tenho mais medo de me sentir cumplice da morte de milhares de pessoas.


terça-feira, novembro 10, 2015

quinta-feira, novembro 05, 2015

Tomem lá. E dêem cá. Se vos apetecer, claro, que não obrigo ninguém a dizer que o filme que viu mais vezes foi o Música no Coração seguido do Pretty Woman

O primeiro filme que vi no cinema foi a Alice no País das Maravilhas. Uma maravilha de que não me lembro patavina, não fosse ter ouvido a frase "o primeiro filme que te levámos a ver ao cinema foi..." durante toda a minha vida. O primeiro filme que me lembro de ter ido ver ao cinema (e não o que vi primeiro, estão a acompanhar?), foi o TOP GUN, até porque saí de lá completamente aparvalhada, que é como quem diz, a fazer planos de ir viver para a América a fim de me colocar no caminho do amor da minha vida. Tinha uns 11 ou 12 anos. Ou talvez não fosse o primeiro a deixar memórias afinal pelo meio houve o ET. O primeiro filme em que chorei no cinema, e me recordo de olhar em volta meio envergonhada para verificar que estava toda a gente mais ou menos no mesmo estado.
Entre o cinema e o videoclube, foi tanta fita que passou por baixo destes olhinhos, que jamais conseguiria escolher um.
Mamei muito filme com o Richard Gere, com o Robert Redford e com o Harrison Ford, porque a minha mãe não se aguentava com estes três. Já à pala do meu pai, vi tudo o que havia para ver com o Jack Nicholson (Voando sobre um Ninho de Cucos, The Shining, Chinatown, Melhor é Impossível, este gajo faz sempre papel de maluco, lá dizia o meu pai).
Também se apreciava Dustin Hoffman, e adoravamos a Meryl Streep (ainda hoje adoro), talvez por isso Kramer contra Kramer rodou uma meia dúzia de domingos à tarde. O Rain Man agradava assim um bocadinho a todos (ainda que por esta altura já tivesse percebido que o meu futuro não passaria por acompanhar o Tom lá naquilo da meca do cinema). Lembro-me de corar de vergonha a ver Oficial e Cavalheiro (que cena ver aquilo com os pais), de ver Nove Semanas e Meia às escondidas. De chorar baba e ranho com Laços de Ternura (ganda Shirley MacLaine).
Isto era exercício para durar horas, mas não vos maço mais.
Vi  filmes espectaculares, mas também vi muita merdinha. E o que eu gostava de filmes de merda (eu e uma amiga quando não tínhamos mais nada de jeito para fazer, víamos o Notting Hill). Dormi belas sonecas em salas de cinema, especialmente quando Dito-Cujo me levava às "sessões da meia noite". Aquilo era tiro e queda. Ainda as apresentações não tinham terminado, e já me corria o fio de baba ao canto da boca.
Hoje vou muito pouco ao cinema, mas não houve filme de desenhos animados dos últimos seis anos que não tenha papado. Ossos do ofício.
Graças a Deus,  sei que um dia vou recuperar esse hábito, esse maravilhoso, apesar de dispendioso, hábito, quando os miúdos tiverem idade para ver filmes de jeito. Ou se não forem amantes da sétima arte, idade para ficarem em casa sozinhos.
Migalha Crescida já começa a dar uns toques. Pelo menos já consegue ler as legendas do princípio ao fim, o que nos permite pelo menos a hipótese de ver a versão original.
O que já é muitA bom, tendo em conta as circunstâncias.

PS: nunca vi Star Wars. Nem quero. Mereço a morte ou quê?


Estão todos a preparar os posts com os filmes da vossa vida

Não estão?
I'm waiting.
(Toda a gente nisto dos blogues mete umas coisas em inglês, não quero ficar de fora. Out. Estão a ver?)

terça-feira, novembro 03, 2015

Lá porque trabalho o dia todo, não quer dizer que não tenha uma opinião sobre um assunto que por esta hora está quase morto e enterrado

Este é o tipo de assunto que gosto de abordar por pontos. Nada de texto corrido, que muita letra cansa os leitores, ainda mais a escrever posts fora da hora do expediente.

1. Fui lá àquilo da Marta Rebelo, e li uma meia dúzia de posts além da "carta". Nem nos posts antes (onde se refere a si própria como uma pessoa feliz e cheia de vida), nem na resposta que deu após perceber que se tinha tornado na mala da Pepa de 3 Novembro de 2015, me pareceu uma pessoa assim tão fragilizada pela doença ao ponto de merecer a condescendência das almas que se querem sempre dois palmos acima dos comuns mortais.

2. Talvez seja escusado explicar pontos de vista e dar opiniões a quem compara o amor que se tem pelos animais, ao amor que se tem pelos filhos, ou o desaparecimento de um animal de estimação à morte de um filho. Felizmente estas comparações surgem quase exclusivamente (eu disse quase) de quem não tem filhos, ou o mundo poderia ser um sítio ainda mais assustador.

3. Não li tudo, provavelmente nem li a maior parte do que se escreveu sobre o tema, mas sou só eu que acho que alguém se devia preocupar com o homem, que não só não foi perdoado por ter deixado a porra do gato fugir, como ainda viu esse facto ser tornado público e apontado com a razão para o fim de uma relação com alguém que declarava há dois meses , no mesmo blog, o seu amor?

4. Tudo isto dá que pensar. Isto de comparar animais a pessoas, e colocar no mesmo patamar o amor que se tem por uns e por outros, está a tornar-se demasiado vulgar. Sinais de uma sociedade desiludida com os outros? Ou de uma uma sociedade egoísta e pouco disponível para investir em relações que efectivamente dão um pouco mais de trabalho que abrir latas de comida e mudar a areia perfumada do caixote? Dúvidas.

5. Bom. Não será com certeza inocente o CM ter escolhido para história de capa esta bizarria de uma ex-deputada socialista. Pois. Amor com amor se paga. Esta parte é uma beca triste.

6. Este ponto 6 é para a minha blogo amiga Mirone: filha, como queres que a família e amigos a "resguardem"? Que parte não percebeste? Hello...? Gatos e cães.

7. Por fim, já enjoa a conversa dos ofendidos com o que se diz sobre o que alguém escreve na net. A blogger em questão parece-me demasiado bem informada e esclarecida, para não saber que ao tornar públicos factos privados, pode ter que levar com uma cena como a de hoje. Ela própria já desancou outras pessoas publicamente. Mas temos que ter paciência, afinal sofre da doença que absolve qualquer um de qualquer merda que decida fazer ou dizer. Ai não absolve? Bem me parecia.

segunda-feira, novembro 02, 2015

Finalmente vencida pelo Halloween

Longe vão os tempos em que não podíamos aceitar doces de estranhos, porque podiam ter "droga". Hoje, mandamos as criancinhas de porta em porta a pedir doces a pessoas que ninguém conhece de lado nenhum, vulgarmente designadas por...hum...pois...estranhos.
Além disso, em termos de higiene, desconfiava menos dos pirulitos caseiros que vendiam lá à porta do ciclo preparatório do que das gomas e marshmallows avulso que Migalhas trouxeram nos sacos.
Vou mais longe, se esta merda do Halloween pegar de raíz, é bom que a ASAE meta os olhinhos no que se passa. Os simpáticos vizinhos lavaram as mãos antes de distribuírem as pintarolas? Tinham uma bancada devidamente limpa e higienizada com análises negativas à Escherichia coli? Usavam máscaras? Toucas? Mantiveram os gatos longe das mesas de trabalho? E os saquinhos dos meninos? São descartáveis ou em material lavável?
É que atribuir as dores de barriga e as diarreias ao excesso de merdelim ingerido, é o mais fácil. É que nem toda a gente oferece doces embalados em atmosferas protectoras onde não há bicho que entre, há quem ofereça um smartie e um ursinho de goma. Não tem mal, cada um dá o que pode, mas que é uma gandA nojA, lá isso é.